Evento do Sindienergia-RS na Expointer debate a proximidade entre o agronegócio e o setor de energia
O tema geração de energia tem sido recorrente na 46ª Expointer, que ocorre em Esteio (RS). Um dos eventos dentro da grande feira do agronegócio da América Latina sobre o assunto foi “Agro é futuro, agro é Energia”, realizado pelo Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), em parceria com a Federação da Agricultura do RS (Farsul) e participação do governo do Estado, no dia 29 de agosto. O objetivo da iniciativa foi promover uma aproximação entre o setor de energias renováveis, do agronegócio, proprietários rurais, agentes financiadores, setor jurídico, desenvolvedores de projetos e debater temas relacionados aos dois setores.
O presidente do Sindienergia-RS, Guilherme Sari, destacou o relacionamento entre os setores e os objetivos em comum entre eles. "De fato, não há como se fazer energia sem as áreas rurais, o campo e, ao mesmo tempo, também entendemos o quanto o agro precisa o setor de energia, então, cada vez mais, temos essa relação e aproximação entre os dois assuntos, dessas duas grandes potencialidades. É um dos motivos de estarmos cada vez mais próximos da Farsul, para construirmos juntos esse ambiente de crescimento mútuo", apontou. Ele afirma que os setores de energia e do agronegócio têm muita sinergia e pode ser aproveitada. Entre elas, o potencial para o crescimento das bioenergias – geração de energia por meio de resíduos da produção agropastoril. "Começou como uma ideia de descarte de rejeito, mas hoje já é visto como um diferencial competitivo", justifica Sari.
O relacionamento de longa data do setor produtivo com o setor de energia, e a importância dessa parceria para atingir os regramentos internacionais de geração de energia renovável foram assuntos levantados pelo diretor vice-presidente da Farsul, Domingos Antônio Velho Lopes. "Nós vemos o setor produtivo como um parceiro do segmento energético, uma oportunidade para fortalecermos nossos mercados", declarou. Falou ainda sobre a importância do departamento jurídico dos bancos conhecerem o processo de atividade rural e de produção de energia renovável na mesma terra, garantindo assim a liberação de recursos e as suas garantias, com segurança jurídica.
Já a secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, destacou que "é muito importante momentos de debate como esse, mas principalmente de união entre os setores". Nesse sentido, ela relembrou a força do agronegócio gaúcho e o potencial do setor energético do Estado. “O RS tem essa pujança na parte do agronegócio, e tem possibilidades infinitas em relação às energias renováveis e de todas – a híbrida, solar, eólica, biocombustíveis, então nada mais justo do que sentarmos à mesa e ver como um setor pode auxiliar o outro”, opina.
Também foram apresentados estudos do Sindienergia-RS sobre multifuncionalidade das terras e desenvolvimento rural. Como exemplo, Sari falou sobre a geração de energia eólica em terras produtivas e estimativas financeiras de remuneração do proprietário rural. Segundo ele, o período de análise do processo para implantação das turbinas não gera transtornos para o cultivo da terra, enquanto que o processo de instalação se estende durante meses, mas de forma espaçada. Além disso, a partir do momento em que os equipamentos entram em funcionamento, o produtor já passa a ter uma fonte de renda estável. Uma preocupação abordada foi a exigência dos agentes financiadores de atrelarem a liberação de recursos com as operações dos projetos de energias renováveis. Sari explicou que os projetos levam de seis a oito anos para serem implantados e que há necessidade de recursos desde o início do seu desenvolvimento. Participou do evento, ainda, o membro do conselho fiscal do Sindienergia-RS, Rodrigo Rosa, que detalhou as etapas dos projetos.
Texto: Sindienergia-RS