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Observatório do Sindienergia-RS

Renove os hábitos, renove as energias

Livro sobre segurança e transição energética conta com participação de integrantes do Sindienergia-RS

 

A necessidade de mudanças globais nas matrizes de energia, associada à precaução quanto a riscos de desabastecimento ou elevações demasiadas de custos, é uma das maiores preocupações do planeta hoje. O livro “Segurança e Transição Energética”, coordenado pela associada do Sindienergia-RS, advogada e professora da FGV Energia, Daniela Giacobbo, aborda esse assunto através de artigos acadêmicos de vários especialistas, entre os quais outros representantes do sindicato gaúcho.
São 54 autores que escreveram 30 artigos para compor o documento (alguns textos foram redigidos por mais de uma pessoa). Além da própria Daniela Giacobbo, a publicação contou com a participação dos integrantes do Sindienergia-RS: Guilherme Sari, Daniela Cardeal, Juliana Pretto Stangherlin e Juliana Melcop Schor. A coordenadora da obra ressalta que compõem o trabalho diversas personagens importantes, com ações diretas dentro da área de energia, dando seus relatos. “Tem presidentes e representantes de entidades, setor acadêmico, tem até dois autores que são da Itália, profissionais liberais, advogados, todos atuantes”, frisa.
O livro será lançado no dia 17 de outubro, na livraria da FGV, na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ). Além do apoio institucional da FGV Energia, o patrocínio da iniciativa é da OWC, uma empresa do grupo ABL, que é uma consultoria especializada em projetos de engenharia e estudos para a indústria eólica offshore.
A intenção também é divulgar a publicação durante o congresso Brazil WindPower, que acontecerá em São Paulo (SP), entre os dias 18 e 20 de outubro. Em novembro, a obra será apresentada em Brasília, no espaço Casa da Energia Eneva. O livro, que sairá pela editora Synergia, será disponibilizado também como e-book. O prefácio é do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, que destaca que a segurança na transição energética abrange uma pluralidade de setores.
Daniela enfatiza que cada participante da obra discorreu, do seu ponto de vista, sobre a transição energética. Ela reforça que o segmento elétrico está envolto nos compromissos assumidos na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), realizada no ano passado, em Glasgow, na Escócia, e na economia de baixo carbono que se impõe no planeta. Esse cenário reitera a necessidade de investimentos em energias renováveis, mas sem esquecer a questão do suprimento. O livro aborda essa situação e os desafios para gerar uma energia de menor impacto, contudo a preços acessíveis.
A publicação inclui ainda textos quanto à geração eólica sobre as águas, programas específicos de transição energética (como o RenovaBio e o mercado de carbono), novas tecnologias, licenciamento ambiental, entre outros. “A gente não pode esquecer o fornecimento energético seguro, porém precisamos continuar, logicamente, avançando nos esforços de mitigação e controle de emissão de gases de efeito estufa”, argumenta Daniela. Ela acrescenta que não se deve depender apenas de uma fonte energética, é preciso ter complementariedade e diversidade.
Para o presidente do Sindienergia-RS, Guilherme Sari, o livro é muito relevante para o setor elétrico. “Juntou um time grande de especialistas do segmento de energia e ficamos muito honrados de participar”, salienta o dirigente. Conforme Sari, a transição energética passa pelo aproveitamento da geração da energia eólica sobre as águas, no mar (offshore) e nas lagoas, o que ele chama de produção “nearshore”.
O dirigente assinala que as oportunidades que se abrem nesse campo deverão atrair para as experiências com as fontes renováveis o interesse de fortes players que atuam hoje no mercado de óleo e gás (a Shell, por exemplo, já manifestou a intenção de desenvolver um parque eólico no litoral gaúcho). “A gente vem em uma enorme alteração da matriz mundial, tanto a eólica como a solar vieram para fazer essa mudança de fato”, comenta o presidente do Sindienergia-RS.
Além da operação centralizada, com as usinas de maior porte que aproveitam os recursos do vento e do sol, Sari recorda que ainda existe a alternativa da geração distribuída (onde o consumidor produz sua própria energia), que permite uma maior independência e descentralização dentro do setor elétrico. Ele acrescenta que essa modalidade possibilita também a propagação de outras opções, como as bioenergias (biogás e biomassa) e as usinas hídricas de pequeno porte.

 

Texto: Sindienergia-RS