Programa do Sindienergia-RS busca autossuficiência energética do Rio Grande do Sul
O Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis (Sindienergia-RS) lançou na manhã desta segunda-feira (12) o programa “Todas as Energias”. A iniciativa busca contribuir com a retomada do Rio Grande do Sul após as enchentes deste ano, por meio de um setor elétrico de baixo carbono e utilizando todas as fontes renováveis de energia disponíveis por aqui.
O programa terá duas fases. A primeira terá uma duração de aproximadamente 5 anos. O grande objetivo na primeira é atingir a autossuficiência energética do RS, que hoje importa de outros estados 30% da energia consumida - o que representa cerca de 3GW.
Na segunda fase, a meta principal é promover o mercado de hidrogênio verde, principalmente, para fornecimento interno, mas também com oportunidade para exportação. “Vamos atuar e apoiar a estruturação deste modelo de mercado para que ele fique mais atrativo para investimentos”, ressalta a presidente do Sindienergia-RS, Daniela Cardeal.
- A curto prazo: A capacidade de conexão aumentará de 3,8 GW para 8 GW. Investimentos imediatos incluem 2 GW em projetos com outorga, resultando em R$ 14 bilhões investidos e 9 mil novos empregos. Isso pode gerar R$ 105 milhões em tributos, R$ 660 milhões em receitas anuais e evitará a emissão de 2,7 milhões de toneladas de CO2.
- Até 2040: Prevê-se um aumento de demanda para 30 GW em novos projetos de todas as fontes, representando R$ 210 bilhões em novos investimentos. Estimamos a criação de 150 mil empregos, R$ 1,6 bilhão em tributos anuais, gerando R$ 10 bilhões em receitas diretas e indiretas e evitando 1,7 bilhão de toneladas de CO2 no Ambiente.
Cenário
Após enfrentar o maior desastre de sua história – as devastadoras enchentes de 2024, o Rio Grande do Sul sofreu prejuízos incalculáveis, tanto materiais quanto humanitários, que não só causaram estragos imediatos, como terão um impacto socioeconômico significativo de longo prazo, levando a um profundo recuo econômico.
Na última década, o Estado também enfrentou adversidades como o apagão de conexão devido aos atrasos nas obras do Leilão 2004/2014, a recessão econômica de 2014-2016, a pandemia de COVID-19 e três verões consecutivos de secas severas.
“Mesmo diante desses desafios que dificultam a atração de investimentos, estamos atuando na reconstrução de um Estado que priorize a segurança social, a preservação ambiental e a promoção da transição energética”, concluiu Daniela Cardeal.
Ações do Sindienergia-RS
O papel do Sindienergia-RS será o de alinhar poder público, estadual e federal com o setor produtivo, fomentando a indústria gaúcha e atraindo investimentos. “Já iniciamos a definição de uma matriz de potencialidades”, adianta a presidente.
O Estado, por meio dos governos estadual e municipais, tem como principal contribuição comprar energia nova, a menor custo, mais sustentável e que valoriza a produção local. Já a maior demanda junto ao governo federal é a oferta de novas linhas de financiamento com juros e condições compatíveis com outras regiões do Brasil. Hoje, os modelos de financiamento para renováveis no RS geram taxas de financiamento que chegam a 20% ao ano de financiamento. Enquanto em outras regiões do Brasil esse índice é de 8,5% e 9% ao ano.
“A reconstrução, alinhada com investimentos em um setor elétrico de baixo carbono e utilizando todas as fontes renováveis de energia, visa não só beneficiar o meio ambiente, mas também fortalecer a economia local e nacional, aumentando a segurança energética e alimentar e promovendo o desenvolvimento justo e sustentável com o qual o Brasil está comprometido”, ressalta Daniela.
O evento de lançamento teve a participação do diretor administrativo financeiro, Juliano Pereira, e do diretor do Sindicato, Guilherme Sari.