WhatsApp

Observatório do Sindienergia-RS

Renove os hábitos, renove as energias

Sindienergia-RS reforça diretoria de energia solar

Com crescimento exponencial no Brasil e no Estado, a fonte fotovoltaica é acompanhada de perto pelo Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS). Para auxiliar na sugestão de propostas e nos esforços para o desenvolvimento do setor, recentemente foi instituído como vice-diretor de energia solar da entidade, Tiago Cassol Severo, que também é presidente do Programa RS Solar.

A diretora de Operações da DGE e de Operações e Sustentabilidade do Sindienergia-RS, Daniela Cardeal, ressalta que a nomeação foi uma ação para promover o segmento dentro do sindicato, que já conta Frederico Boschin como diretor da área solar. “Pensamos em montar uma parceria como fizemos com a Associação Gaúcha de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (AGPCH)”, destaca Daniela. Ela lembra que integrantes da AGPCH, como Roberto Zuch e Luiz Antônio Leão, também fazem parte do Sindienergia-RS.
Quanto à fonte fotovoltaica, Cassol salienta que se trata do recurso renovável que mais tem empresas atuando no Rio Grande do Sul, entre integradores e distribuidores. Ele frisa que esse número passa de 650 companhias, sendo que a maioria trabalha em um raio de até 100 quilômetros das suas sedes.
“A atuação do Sindienergia-RS, apoiando com qualificação e informação esse integrador, é extremamente importante”, aponta o vice-diretor de energia solar. Ele comenta que o mercado de fontes renováveis, em especial o de geração distribuída (GD), em que o consumidor produz sua própria energia, está muito aquecido. O dirigente destaca que hoje todos os municípios gaúchos possuem produção de energia através de sistemas fotovoltaicos, sendo o terceiro estado do País quanto à potência instalada dessa solução, superado apenas por Minas Gerais e São Paulo.
De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Rio Grande do Sul registrava ao final de abril uma potência instalada de GD solar de 1,16 mil MW, contra 1,7 mil MW dos mineiros e 1,32 mil MW dos paulistas. O Brasil, como um todo, passou neste ano a marca de 10 mil MW de potência instalada em micro e minigeração distribuída de energia elétrica. O volume seria suficiente para abastecer em torno de 5 milhões de unidades residenciais, ou seja, para atender quase 20 milhões de pessoas.
Cassol cita ainda que, somente neste ano, até meados de abril, foram contabilizadas cerca de 14,5 mil novas instalações solares no Rio Grande do Sul. Em 2021, foram acrescidas aproximadamente 56,5 mil unidades. O dirigente admite que uma dificuldade enfrentada atualmente para expansão do setor é a alta da taxa Selic, porque a maioria dos projetos fotovoltaicos é financiada. Porém, a perspectiva do aumento das tarifas das distribuidoras de energia no mercado cativo deve continuar estimulando os consumidores a adotarem a geração distribuída como uma alternativa para reduzir a conta de luz.
O representante do Sindienergia-RS defende que a diversificação da matriz energética nacional é fundamental e a fonte solar, somando as gerações centralizadas (usinas de grande porte) e distribuída, darão um alívio e maior segurança ao sistema elétrico brasileiro. “O que a gente precisa agora é ter mais políticas de incentivo para cada vez mais as pessoas instalarem energia solar e eólica”, sustenta Cassol.
Já o diretor de energia solar do Sindienergia-RS, Frederico Boschin, assinala que 2022 é um momento de adaptação por causa da nova lei 14.300 (Marco Legal da Geração Distribuída, que muda a compensação de créditos na conta de luz de quem efetua essa atividade). “Pelo lado da oferta, haverá um desafio regulatório e de conexão de rede”, considera o dirigente. Ele destaca que as distribuidoras passam por uma época peculiar, que é de alteração de regras e padrões de relacionamento entre concessionárias e consumidores. Porém, o diretor de energia solar do Sindienergia-RS enfatiza que nenhum fator vai diminuir o interesse pela geração fotovoltaica, porque a tecnologia é muito competitiva. “É intensa a procura no mercado por essa solução, que está vindo mais sofisticada” argumenta.
Boschin adianta que a perspectiva do avanço dos sistemas de baterias e dos carros elétricos deve incentivar ainda mais o uso da geração solar. Conforme o dirigente, a geração distribuída no Brasil aumenta a um impressionante patamar médio de 400 MW de potência instalada a cada mês. Para ele, o limite do crescimento exponencial da energia solar deverá depender não tanto da vontade das pessoas em contar com essa opção, mas da capacidade da rede elétrica de acumular e assimilar essa energia.
Outro fato importante para o setor foi a criação do Subcomitê de Energia Solar no Estado, como parte integrante do Comitê de Planejamento Energético do Rio Grande do Sul (Copergs), que terá suas primeiras reuniões realizadas ainda neste ano. O diretor do departamento de energia da Secretaria estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Eberson Silveira, detalha que o subcomitê tem como objetivo canalizar e debater ações para o desenvolvimento pleno e sustentável desse mercado, além de promover o fortalecimento da área, atrair investimentos relacionados a esse segmento e aumentar sua participação na matriz de energia elétrica gaúcha. Ele atesta que a energia solar fotovoltaica vem verificando um crescimento exponencial no Estado e, em março, já participava com 11,3% na potência instalada e 5,8% na energia produzida.

Texto: Sindenergia-RS