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Observatório do Sindienergia-RS

Renove os hábitos, renove as energias

Sucesso em leilões comprova potencial das PCHs no Rio Grande do Sul

O bom desempenho de projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) gaúchas nos leilões de energia realizados em julho (A-3 e A-4, respectivamente três e quatro anos para a entrega da geração) ressalta a vocação que o Estado apresenta quanto a esse tipo de complexo. No total, cinco empreendimentos que utilizam essa fonte de energia saíram vitoriosos dos certames e vão acarretar um investimento somado de R$ 423,8 milhões, além de uma capacidade instalada de 62,1 MW (1,7% da demanda média de energia elétrica do Rio Grande Sul).

“O desempenho demonstrou a força do setor”, frisa o presidente da Associação Gaúcha de Fomento às PCHs e diretor das fontes hídricas do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Roberto Zuch. As usinas que ganharam as concorrências serão implementadas nos rios Toropi, Jacuí, Turvo e Ijuí.
Conforme Zuch, os leilões também serviram para provar que a aproximação das entidades e agentes do setor com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) está gerando frutos. “A nossa ideia é que isso se amplie, porque se conseguirmos mais agilidade e obtivermos mais licenciamentos nos próximos meses, o Rio Grande do Sul vai voltar a ser bastante competitivo em leilões futuros”, prevê. O diretor do Sindienergia-RS acrescenta que o Estado, por ser um dos pioneiros nesse tipo de geração, tem um potencial relevante já desenvolvido. No entanto, ainda existem oportunidades a serem exploradas, sem prejudicar o meio ambiente, principalmente, com o aprimoramento da tecnologia e da engenharia.
Em termos de PCHs em operação, os gaúchos estão em terceiro lugar no ranking nacional, com uma capacidade instalada de 672,8 MW, sendo superados apenas por Mato Grosso, com 1.032 MW, e Minas Gerais, com 749,1 MW. Zuch comenta ainda que atualmente há, em estudos na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 817 MW em empreendimentos dessa natureza a serem desenvolvidos no Rio Grande do Sul que se encontram em alguma fase de elaboração.
O dirigente enfatiza que entre as vantagens das PCHs estão o fato de ser uma fonte limpa e renovável, a sua durabilidade, tendo usinas gerando energia há mais de cem anos, e possuir uma cadeia produtiva 100% nacional, com investimentos pulverizados. Além das possibilidades que se apresentam para as PCHs com os leilões, Zuch aponta que o mercado livre (formado por grandes consumidores, que podem escolher de quem comprar a energia) surge como uma alternativa para a comercialização da geração dessas estruturas.
O vice-presidente da Associação Gaúcha de Fomento às PCHs e associado do Sindienergia-RS, Luiz Antônio Leão, também considerou os resultados dos últimos leilões como satisfatórios. “O Rio Grande do Sul voltou a ser protagonista”, comemora. Ele destaca que os cinco projetos vencedores movimentarão a cadeia produtiva e a prestação de serviços. Leão afirma que, conseguindo licenciamento ambiental (para participar dos certames é necessária, pelo menos, a licença prévia), os empreendedores almejam ingressar em mais disputas.
Leão revela que estão tramitando na Fepam mais de 80 processos envolvendo PCHs e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs). O dirigente lembra ainda que dentro da Medida Provisória (MP) 1.031, que trata da privatização da Eletrobras, mas também abrangeu outras ações a serem tomadas dentro do setor elétrico, foi definida a contratação de 2 mil MW oriundos de PCHs, o que gera uma excelente oportunidade para inciativas a serem conduzidas no Rio Grande do Sul.
Texto: Sindienergia-RS